A sua marca é vintage ou está "só" desatualizada?
No corrupio dos dias, cada vez mais, vivemos imersos na avalanche dos inadiáveis do quotidiano, a acompanhar tendências, de que a área das MarCom é das mais pródigas, e a trabalhar num sufoco crescente.
Deadlines em cima de deadlines, planificações de campanhas above e below the line, estudos de mercado e de diversificação de portfólio, reporting... e poderíamos continuar este elencar do rol de tarefas time consuming por mais dez parágrafos. Mas não o vamos fazer. Afinal, já basta o que está a atrasar na sua to do list, enquanto lê este meu breve artigo.
Vamos, então, diretos ao ponto: quanto tempo lhe resta para pensar o branding?
Com toda a certeza que acompanha as tendências de mercado e que tem uma estratégia customercentric, mas, há quanto tempo não faz, tão simplesmente, um back to basics e analisa a marca nas vertentes de posicionamento e identidade? Será que estão atuais e fazem sentido? E o target é da mesma opinião?
Como em tudo na vida, é fundamental parar e refletir. Deixar de olhar a árvore, para observar a floresta. No caso do branding, há questões fundamentais a responder: a empresa alterou o posicionamento? Sentem-se mudanças no comportamento de compra do target? E o target mantem-se o mesmo? Há variação no portfólio de produtos e serviços? Foram feitas ou preparam-se aquisições de novas empresas ou áreas de negócio? Faz agora parte de um grupo empresarial? Houve diversificação da área geográfica de atuação? Para além destas, muitas outras questões se poderiam colocar, no sentido de avaliar a atualidade do branding da empresa, da marca e dos produtos.
Este é o b-a-bá e não quero parecer académico na abordagem. Todavia, a verdade é que muitas empresas, independentemente da sua dimensão, não dão a atenção que este tema estruturante merece.
Não se esqueça: há uma clara diferença entre ter um look vintage e estar simplesmente desatualizado e démodé. O cliente, garanto, vai ser o primeiro a perceber isso e a afastar-se.
Quando a identidade visual belisca a identidade corporativa e deprecia a perceção do consumidor, já é a reputação da empresa que está em causa. Um intangível precioso que nenhuma organização pode hipotecar.
No campo do design e identidade visual, um logótipo, tipografia e utilização de cores atuais e que passem a clara mensagem do ADN, cultura, valores e visão da marca para o público são fundamentais.
É aqui que, em termos de perceção para o consumidor, se consegue transmitir coerência, diferenciar face a players concorrentes, dar relevância e um primeiro passo para alavancar a reputação da marca.
Se é lugar comum dizer-se que "a perceção é tudo" e se sabemos que tem uma clara influência no comportamento de compra do consumidor, é tempo de parar, deixar o corrupio de lado, e pensar a sua marca.
Se não se lembra da última vez que o fez, então é provável que esteja a pedir-lhe um lifting, refresh ou rebranding e não que a deixe tornar-se vintage. Porque isso, como sabe, é outra coisa completamente diferente.